terça-feira, 16 de agosto de 2011

O Boitatá


A Lenda diz que o boitatá é uma grande cobra que se alimentava dos olhos de animais. Com o desmatamento os animais sumiram e a cobra sem alimento acabou morrendo. 

Nas noites escuras a cobra volta e assusta indígenas e colonos. Seu corpo possuí vários pontos de luzes que são atribuídos aos olhos que ela comia. De sua cabeça saem labaredas de fogo.


João encontra o Boitatá

Conta-se que num certo dia João Ferreira foi visitar a irmã Maria Ferreira Gomes conhecida por “Marica” em Campo de Areia onde residia. Conversa vai conversa vem entram noite adentro. Ficando tarde a irmã tenta convencê-lo a pernoitar ali, pois corria o boato de que andava pela região um boitatá.

João Ferreira, homem cético, recusou o convite. A irmã insistiu e ele descrente brinca dizendo que se encontrasse um boitatá pegaria um filhote, colocaria no cesto e levaria para criar e saiu rumo a casa até que na estrada, próximo a um valado, o animal para. Sem saber o que fizera o animal parar, João firma o olhar, ao encarar o escuro da noite, vê a sua frente algo como uma chama, uma bola de fogo, dançando, soltando faísca.

João destemido espora o cavalo forçando o animal seguir em direção ao fogo que dançava em sua frente como um leque levando-o dali para acolá. Após muito tempo galopando sem rumo certo, sem saber mais onde se encontrava João é vencido pelo cansaço.

Apeia saca fumo de rolo, palha de milho cortada, faz um cigarro e fuma, contudo os pensamentos lhe atormentam. Porque não ouvi minha irmã e os seus? Porque não pernoitei lá? Agora vou passar a noite aqui, no relento. E o tempo, por sua vez, continuava passando, passando até que ele  ouve um galo cantar.

João monta no cavalo e se deixa conduzir. A esta altura João já não sabia nem mais para que lado ficava a estrada. O Cavalo continuava seguindo até que João avista uma casa e um homem que acabara de chegar da pescaria. O homem era seu cumpadre Chico Elias, mas João cansado, perdido não o reconhece e busca informação. Pergunta que lugar era aquele e o homem por sua vez sabendo ser ele, João Ferreira, seu compadre, responde: “O que está acontecendo João? Onde você passou a noite?” E João lhe conta o acontecido. O compadre diz também ter visto a luz, lhe mostra a estrada que estava logo ali, ao lado. O cavalo lhe conduzira direitinho. João chega à casa ao amanhecer, por volta das cinco horas, hora de ir para a lida.

Foi assim que o descrente, o cético e destemido João, passou a acreditar.

Não se pode aqui, precisar quando tal fato ocorreu, contudo sabe-se que foi quando João estava casado com Ana sua primeira esposa o que quer dizer que foi antes de setembro 1919, ano e mês de seu falecimento. Se fruto da imaginação, se fruto do medo ou se verdadeiramente existiu ou existe o boitatá a dúvida para muitos permanecerá. O fato é que João morreu acreditando ter visto o boitatá e eu por minha vez descobri num site de pesquisa a figura que ilustra este texto que por coincidência, ou não, é a descrição exata feita por João.

Fonte da  Imagem

Nenhum comentário:

Postar um comentário