quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

José Ferreira Machado


Do casal Maria Matilde e Nicodemos nasceu no dia 27 de abril de 1938 o primeiro neto de João Ferreira Gomes, José Ferreira Machado. O menino magro e comprido adorava catel e vivia se enfiando na casa dos avôs pedindo a tal bebida. Os tios o corrigiam tentando fazer o menino falar corretamente a palavra “café” e ele respondia:

__ Café não, catel.

José Ferreira Machado, conhecido por José de Nicodemos sofria de sonambulismo. Conta que certa vez José saiu do quarto, entrou no curral, atrelou rês ao carro de boi e foi encontrado pelo pai, na estrada, indo para usina num horário totalmente impróprio já que esse estava dormindo.

Aos 21 anos de idade José conheceu aquela que fora sua esposa e mãe de seus filhos. Ana Maria de Souza Santos que guarda a data em meio a muitas lembranças. Ana Maria fala da primeira vez que saíram juntos. O recente casal de namorados, segundo ela, foi a uma festa de casamento de uma das tias de José, Eliza, 6 dias após ter sido pedida em namoro.

José sempre foi um homem brigalhão e quase tudo em sua vida virava piada. Casou com Ana Maria na véspera do natal de 66 na Igreja de Santa Cruz, em Babosa. Contava José nessa época com 28 anos e como quase tudo em sua vida virava piada, pasmem! Com quase 30 anos José ainda estava em fase de crescimento. Aos fatos: Aproximadamente 8 dias após o casamento, o casal ainda em lua de mel preparou para ir às bodas de Nelson Elias filho de uma senhora da localidade que atendia pelo nome de Dona Cota. José pegou o terno usado no casamento, e, eis que com apenas oito dias havia engordado e crescido, aproximadamente, um palmo de braço. Há aqueles que devam estar pensando que o tecido encolheu, no entanto não foi este o caso além do tecido ter sido de boa qualidade não havia sido lavado.

José trabalhou como carreiro, foi açougueiro e lavrador.
Os primeiros anos de casado foram vividos numa casa adquirida na localidade de Babosa, depois o imóvel foi vendido e a família foi morar na praia de Farol de São Thomé.

Como já dito ele fora um homem brincalhão levava tudo na sacanagem, Gostava de pegar as pessoas naquilo que as constrangiam. Uma de suas irmãs estava certa vez em frente à escola, conversando com alguns colegas quando surge José em cima do carro de boi trajado como um maltrapilho. Ao passar pela irmã, lhe chama pelo nome e pergunta se quer uma carona. Isso para um adolescente é como a morte. Já outra muito magra e de cor amarelada, ele a olhava e dizia: você está com cor de peido (gazes). A irmã de nome Marina levou dele uma garruchada. Toda vez que a filha se encontrava sangada ou aborrecida ele a chamava de “Tildinha” mistura dos nomes das avós (materna) Santilha e (paterna) Matilde coisa que a pequena não gostava. Estes são alguns poucos exemplos de como José se comportava diante da vida e diante das pessoas. Sempre de bom humor.

Como pai fora muito severo e ao mesmo tempo muito amoroso coisa de gente que ama coisa de gente que quer mimar e educar. Não era de lembrar datas especificas, mas dentro de suas limitações estava sempre presenteando os filhos, à filha com bonecas e bicicleta, os meninos ganhavam coisas para serem divididas entre eles. Ora bicicleta, ora uma moto, mas sempre para os dois, sem distinção. 

Os irmãos de José, morando em sua maioria no Rio quando vinham a Campos se reunião e sentados em bancos de madeira, na sala ou na cozinha deixavam as lembranças vagarem. Dentre as lembranças uma que ficou marcada foi referente a uma carraspana que José tomou com Orlando de Levino. Ele ficou tão alegre, tão engraçado que um dos filhos vivia pedindo a mãe para comprar para o pai um engradado de cerveja.

José tirando o episódio descrito acima não era dado a bebidas, mas fumou muito cigarro e devido a isso perdeu a saúde e no dia 20 de julho de 1995 com apenas 57 anos veio a falecer. Somente presenciou o casamento da filha e o nascimento do primeiro neto, não teve a sorte de ver o filho casado e os netos desta união e nem tão pouco a dor de ver um filho na flor da juventude partir de maneira tão..., inesperada. José Nicodemos Santos Machado um ano depois da morte do pai aos 22 anos no dia 21 de julho de 1996 deixa uma lacuna na família.

José Ferreira Machado teve três filhos: Josania Maria, Josiel e José Nicodemos todos Santos Machado


Em breve as imagens serão disponibilizadas aqui.