terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Prado Júnior e os Silva


Os Ferreiras, cada qual com uma característica diferente, herdadas de um único eixo - João Ferreira eram: Serenos, inteligentes, agitados, administradores, psicólogos, humanos, desumanos, amigos, meigos, ..., todos unidos formando a "Família Ferreira Gomes."

Herdeiro da paleta denominada por mim “família” no leque das multiplas personalidade de João cito: Manoel que ficou conhecido como Silva.

Copacabana década de 50
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Manoel e Enedida logo após terem contraído bodas    foram morar em Copacabana na Rua Belfort Roxo numa espécie de pensão. Percebendo que o local não era ideal para formação de família os pais de Enedina proprietários de um sobrado na Rua Prado Júnior também em Copacabana resolveram ceder a área terreá para o casal enquanto os quartos da área superior eram locados. O sobrado vivia num clima de festa, todos se davam bem além de gostarem e admirarem a doce Enedina.

Na sala havia uma grande mesa com cadeiras altas em grande estilo a qual era, nas refeições, ocupada por Silva, Enedina os filhos Suely, Carlos Alberto, Sônia Isabel e Marlene filha de Silva, Maria, Bené irmã de coração de Enedina, Ana irmã de Silva essas moraram  por algum tempo com o casal. Sr. João e Dona Isabel Vieira, Joãozinho, Nelson, Inah e Laíze respectivamente os pais e irmãos de Enedina que sempre se faziam presentes fazendo das refeições momento de grande integração familiar.

A casa também recebia as irmãs de Silva bem como os irmãos Thomé, Amaro, Sérgio e Olavo quando estes se apresentaram  ao serviço militar de modo que a vida no sobrado era uma verdadeira festa. 

Copacabana - década de 50
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Próximo da praia os adolescentes na companhia da tia de nome Appôlonia só queriam saber de ficar pretos com os corpos bronzeados, cinema e programas de auditório ficaram por conta de ingressos oferecidos por patrocinadores e isso era praticamente todos os dias de modo que a vida social foi muito intensa, contudo Appolônia uma das que acompanhavam os filhos de Silva se viu praticamente forçada para não dizer condenada a assistir ao mesmo filme por várias vezes. Carlos Alberto, Bebeto numa determinada ocasião invocara com um filme e queria ver todas as seções e lá ia Appolônia agradando os sobrinhos imaginem que até filme de vampiro assistiu mas segundo ela o que mais gostou foi "Ben Hur".

Marlene
Mas nossa história de hoje é referente ao Silva. Silva foi, embora com defeitos por ser humano, pai extremoso e dedicado. A educação, reputação e cuidado dos filhos fora algo que não lhe permitiu distração. Sempre atento e zeloso atribuiu por muitas vezes as irmãs a responsabilidade com o cuidado e atenção com os filhos. Esta era uma característica de seu pai que embora muitas vezes violento, não descuidava dos pequenos/grandes.

Tendo sido muito família foi quem presenteou Antônia, sua madrasta, com a aliança de ouro por ocasião do casamento com seu pai. Outra característica da personalidade de Silva fora o humor. Sempre alegre e bem humorado. Fazia piada de quase tudo. Divertido como ele só descreveu o formato do “pum” é pum mesmo, gazes, aquilo que de quando em vez todos nós eliminamos. Imaginem que ele de uma forma nada cientifica resolver engarrafar o pum. Segundo relatos, dizem que ele contava que cada "pum" possui um formato. O "pum" fino é diferente do "pum" pipocado, do sonoro e do "pum" silencioso. Este descobriu também que as cores se diferenciam. O "pum" com odor é amarelado e o sem odor é esbranquiçado. Como se deu a tal descoberta cientifica? Ele pegava garrafa de vidro transparente para facilitar a visualização e colocava na direção do ânus e assim eliminando os gazes, tampava a garrafa e em seguida analisava descrevendo cor e forma.

No início de 1958 o casal mudou para o Bairro do Flamengo fixando residência na Rua Senador Vergueiro onde viveram até o fim da vida. Silva ficou viúvo, arrumou nova companheira, mas sempre se manteve ligado a família e só quem chegou a vê-lo no fim dos seus dias pode perceber o quanto ele era preso, umbilicalmente a Família Ferreira Gomes. 

Não vou me estender na descrição deste personagem já que tudo que possa escrever será insignificante naquilo que ele foi ou é, em nossas lembranças, mas quero deixar registrado a grande mulher que fora Enedina, tão grande quanto a sala da Prado Júnior.


quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

O 5º Filho - Júlio


Júlio Ferreira Gomes em
08 de março de 1941
Em nossas viagens pelas histórias dos filhos de João Ferreira Gomes com Ana darei uma pincelada na história do quinto filho. No dia 06 de maio do ano de 1915, Ana dá a luz a um menino que recebe na pia batismal o nome de Júlio Ferreira Gomes.

A história de Júlio não se difere dos demais irmãos. Júlio até os quatro anos viveu sob a responsabilidade do seus pais: João e Ana. Dos filhos de João, Júlio fora um dos que esteve presente ajudando no cozimento do feijão colocando apenas fogo, cena de história já contada cuja qual levou João a buscar ajuda externa, alguém para cuidar da casa, das crianças e dele mesmo.

Contava Júlio com aproximadamente 6 anos quando Antônia entrou na vida de João assumindo junto a este responsabilidade no que tangeu a educação e criação das crianças.

Júlio crescia, ora brincando ora trabalhando, colhendo, transportando e embalando ovos. Aos dezoito anos conforme os demais irmãos vai para o Rio onde se apresentou paro o serviço militar. Nas folgas era na casa de Amelinha que encontrava abrigo.

Amelinha, uma negra, foi quem cuidava dos filhos de Ana quando esta exercia ofício de costureira. Quando Ana faleceu Amelinha deixou a casa de João. Não ficava bem uma moça solteira na casa de um homem viúvo. Amelinha casou-se fixando residência com o marido na então capital do Brasil, Rio de Janeiro. Por ser  referência, recebia os vindo do interior atuando como ponto de apoio.

Júlio não fora trabalhar nas lojas Gaio Marte conforme os outros irmãos, seguiu ofício de padeiro. Deixou a tradicional religião, católica, da família e por uma questão de interpretação acabou afastado da família.

Certa vez esse chegara à casa do pai sugerindo que as relíquias deixada pela avó paterna, relíquias  mostradas aqui como herança recebida por João, fossem jogadas fora por se tratarem de imagens. Isso fez com que João tomasse uma atitude radical e com todas as letras disse ao filho que não o queria mais em casa.

A questão crença em Júlio era tão forte que conta-se que por um bom tempo esse se recusou usar garfo dizendo ser este um objeto satânico. Outro fato envolvendo está fé cega relataremos depois.

Júlio teve três filhos Elizabeth (Beth Portugal), César e Gonçalo os quais deixamos algumas imagens.