sexta-feira, 25 de novembro de 2011

O Tempo Passa


Quatro gerações

Aos poucos os filhos homem de João, um a um ganham o mundo indo para o serviço Militar no Rio de Janeiro, arrumam emprego constituem família e por lá ficam, mas a raiz famíliar é profunda e esse laço é mantido apesar da distância.  Enquanto isso, as filhas de João Ferreira Gomes com Ana também se lançam na conquista de outras experiências.

As tardes a sala da pequena casa de João recebe Carmelito, Dudu, na ponta do lado da cabeceira da mesa senta para conversar e conhecer Alzira, de outro lado Alberico se punha a conversar com Maria e sentada sob uma caixa ficava José Manhães e Ana. Alzira muito esperta sempre tinha um trocado e com este subornava as irmãs mais novas para que estas tomassem conta da água a qual serviria para passar o café a ser servido para Dudu. Aqui o leitor deve estar se perguntando. Porque tomar conta da água? Respondo: Como o fogão era a lenha, Alzira não queria se apresentar cheirando a fumaça para o namorado. Quando a noite caia João Ferreira adentrava a casa José Manhães e Alberico iam embora e Dudu entrava noite adentro em conversa com João.

Alberico se casa com Maria e um ano depois é a vez de Alzira com Dudu. Ana se decepciona com José Manhães e seu irmão Manoel, já casado, enternecido com o sofrimento da irmã convence o pai, João Ferreira Gomes, a deixá-la passar um tempo em sua casa. João Ferreira entre tantas qualidades e defeitos, vendo a dor da filha, embora conservador e numa época em que liberdade não era permitida as mulheres, por conta do amor a filha e na tentativa de amenizar o sofrimento sentido por Ana por conta da decepção amorosa, dá a autorização permitindo assim que a filha mesmo solteira saísse de casa para morar no Rio.

A família Silva recebe Ana com braços abertos e a partir de então essa vai morar junto destes no sobrado da Prado Júnior.

Os filhos de João com Antônia vão crescendo e os com Ana vão ganhando o mundo. A família não para de crescer, filhos e netos quase se encontram em idade, se equiparam em tamanho surgindo com esse encontro de gerações novas histórias que contaremos depois.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Dos Ferreiras aos "Silva II"

Nas proximidades da residência dos Ferreira Gomes morava a família dos Pedra. Enquanto João Ferreira Gomes admirava o amigo, Manoel Pedra, por ser conversador, contador de causos e muito brincalhão, seus filhos, pelos menos os filhos com Antônia tinham verdadeiro horror as suas brincadeiras. Havia uma brincadeira que levava tanto Manoel Pedra quanto João Ferreira às gargalhadas. Manoel esporava o cavalo jogando para cima do menino Thomé Chamando esse de carrapato estrela. Ele dizia “Pula carrapato estrela” e o pequeno Thomé apavorado pulava, a pequena Appolônia ficou moça escondendo-se por de traz de portas toda vez que o Senhor Manoel Pedra aparecia só saindo do esconderijo quando esse ia embora.

A amizade de João Ferreira Gomes com Manoel Pedra era tanta que o casamento dos filhos era o sonho, tal fato selaria os laços entre as famílias. Foi assim que Alzira Gomes da Silva conheceu Carmelito Gomes da Silva, conhecido por Dudu Pedra, filho de Manoel Pedra e no dia 17 de dezembro de 1941 contraíram bodas.

O casamento de Alzira fora marcado e João não mediu esforços. Tudo foi providenciado para que o casamento de sua filha fosse o acontecimento do ano. Enquanto a antiga casa dos Pedras era reformada para receber o novo casal, todos na casa de João se redobravam para que o enxoval de Alzira fosse feito e foi. A de se considerar, digno de uma princesa. 


Ford 29 - Baratinha do Google Imagens
Apenas Ilustração

Alzira e Dudu se casam na Capela de Santa Cruz em Babosa e os convidados foram recebidos na residência onde esses iriam morar. A festa foi a mais bela vista na história do lugar. Bolo de três andares, pessoas de várias localidades e a noiva foi num legítimo Ford 29 conversível na cor preta - Baratinha, e o que há de mais impressionante João Ferreira Gomes esteve presente. 

O casal teve 6 filhos, 3 mulheres e 3 homens a saber: Carmelita, Elsa, Hélio, João, Nelza e Genildo, aos quais darei o nome de Família Silva II ficando a família do irmão de Alzira Manoel como: Família Silva. Veja imagens da Família Silva II clicando aqui.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

O Pé de Cajá


Pé de cajá mirim - 2009
A árvore postada ao lado foi colocada aleatoriamente na página de imagem desde início das narrativas. Vejamos então qual a história que a cerca. 

Na casa do Sr “Dudu” assim era tratado o esposo da filha de João Ferreira Gomes de nome Alzira havia, no quintal, um pé de cajá mirim. Na redondeza a única casa onde havia  desta fruta, pelo menos que se tenha  conhecimento, era a do casal. O pé de cajá embora fosse frequentado por inúmeros animais da classe dos anfíbios, quer saber? sapos mesmo, pequenos, mas sapos, os cajás eram a adoração das crianças principalmente dos netos de João Ferreira, e, eu era um deles. Visitar Alzira e/ou Dudu nas cabeças infantis ficava em último plano o que se queria era chupar os deliciosos e suculentos cajás.

Como o gostar desta fruta não era apenas privilégio dos pequenos, adultos também gostavam de saborear a exótica fruta, João Ferreira, como era tratado, plantou ao lado de sua residência a fruteira. Já chegado em anos, João Ferreira ao plantar com suas próprias mãos a árvore frutífera mencionou não viver o suficiente para experimentar dos frutos, estes seriam para os netos. Frisar plantada por suas próprias mãos significa dizer que João Ferreira Gomes estava numa fase da vida em que só mandava e não era pelo número de anos vivido e sim por se encontrar na fase de ser o “Senhor João", porém, neste caso se deu ao trabalho, e plantou.

Bisnetos de João  Ferreira - 1999
A árvore nasceu, cresceu e está lá, linda, seus galhos  emaranhados se espalham como numa rebelião, mas feito abraço em união voltam curvando-se sobre si mesma, entrelaçando-se, afagando-se como coisa só. Assim é a FAMÍLIA FERREIRA GOMES, devido as circunstâncias, diretrizes da própria vida, irmãos se perdem e se distanciam, no entanto existe um eixo central invisível unindo-nos como os galhos que num único abraço, se entrelaçam.

Deixemos de digressões. Hoje a fruteira não serve só de abrigo para pássaros, além das aves, dos frutos, serve também de abrigo, de sombra. É sob, e nela que muitas vezes membros da família se reúnem em pequenas reuniões, datas especificas ou ao mero acaso para pequenos e longos bate papo, ou simplesmente jogarem conversa fora ou ainda relembrarem momentos de outrora. 

O pé de cajá plantado ao lado da casa ultrapassou o desejo, o sonho de João Ferreira Gomes, hoje ela é testemunha viva da presença de gerações que se buscam e se encontram num único eixo.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Dos" Ferreira Gomes" os "Silva"


Manoel Gomes da Silva o primogênito de João Ferreira Gomes, nasceu em 1909 e até meados da década de 20 viveu na localidade de Babosa. Manoel foi servir o Exercito no Rio de Janeiro, na época capital do Brasil deixando para trás pai, madrasta e irmãos muito pequenos. Alice devia somar apenas uns seis meses.

Quando Manoel rapaz de visão e de muitos sonhos foi para o serviço militar a vida na casa do pai era muito dura, além de muita gente foi o período em que João Ferreira começou a adquirir os bens que mais tarde formou o patrimônio. Este tempo era para trabalhar, trabalhar e juntar. Manoel não queria aquela vida, aquele lugar, depois que deixou o Exercito cheio de sonhos arrumou emprego no comércio, fixou residência na cidade e não retornou mais a não ser para visitar a família.

Mas Manoel não ficou sozinho por muito tempo, no ano seguinte se juntou a ele o irmão Antônio. Ambos trabalharam nas "Casas Gaio Marte Ltda.", uma das primeiras redes de supermercado, na qual se aposentou.

Apesar de Manoel não ter voltado para casa paterna não fez dele um homem frio do tipo sem família pelo contrário os laços sanguíneos vieram afloraram e as visitas a família eram constante Ele deixou gravado na mente dos irmãos carinho e instinto familiar.  Cito aqui dois exemplos: primeiro a compra da aliança para Antônia esposa do pai; segundo recebeu em casa a irmã de nome Ana e a alegria.

Marlon Brando
Manoel passou a ser tratado por Silva e para nós carinhosamente “tio Silva”. Este provavelmente puxou para mãe era dono de uma grande beleza. Mentirei se disser que tinha pose de artista ele não tinha pose era um verdadeiro artista e do porte dos norte americano sem desfazer dos nacionais, mas cá para nós Oscarito, Grande Otelo não era páreo para ele, pena foi que Hollywood não teve a oportunidade de descobri-lo. A foto postada do ator Marlon Brando é para que o caro leitor possa também fazer o paralelo e concluir.

Azar de uns, sorte de outros. Hollywood não o descobriu para sorte de Enedina Silveira da Silva que com 19 anos levou no dia 31 de dezembro de 1938 Manoel para o altar e comemorou o "reveillon" de 39 com o maridão do lado para tristeza e desmoronamento dos sonhos de muitas.

Numa outra oportunidade apresentarei fatos que farão uns se lembrarem e outros conhecerem um pouco mais da descontração e do lado, porque não, comediante do primogênito de João Ferreira Gomes. 

O casal teve três filhos Suelly, Carlos Alberto e Sônia Isabel.