sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Os Silva Santos


1959
Entre as mulheres da família Ferreira Gomes teve uma cuja vida foi pautada por sofrimento, mas com todas as adversidades ela conseguiu ser uma das mais doces criaturas existentes. Tudo nela era diferente, seu timbre de voz, seu cabelo, sua história. Estou falando de Ana.

Ana que recebeu o nome da mãe recebeu também a dor da rejeição. As irmãs mais velhas talvez pela inocência, pela pouca idade ou pela dor sentida com a perda da mãe colocaram nos ombros desta, a responsabilidade pela morte de sua genitora. 

Devido a essa fatalidade e por João sozinho não poder e não saber tomar conta de um recém nascido, entrega a pequena para outra família que lhe cuidou e tratou bem, contudo o que conta é a marca gravada por ter tido seu direito de convivência familiar junto aos irmãos abortado em sua primeira infância.

Quando João foi conviver com Antônia ela voltou para casa. Contava nesta época com aproximadamente cinco anos, contudo a convivência com as irmãs não foi das melhores e Ana viveu um bom tempo como um bichinho acuado. Já mocinha iniciou namoro com um rapaz da localidade José Manhães por quem Ana se apaixonará. Esta parte da vida onde os romances e as paixões se afloram Ana também não foi bem sucedida. O seu grande Amor lhe deixou e começou a namorar Dora conhecida na localidade por Dorinha com quem se casou.

A tristeza de Ana era tão grande que o seu irmão mais velho, Manoel, já casado, vendo a tristeza da irmã convenceu seu pai João Ferreira Gomes a deixá-la ir passar um tempo em sua casa. Foi assim que Ana Foi morar no Rio.

No Rio conheceu outro rapaz, da cidade de Campos sua terra natal. Esse a pede em casamento e ela vai até a casa do pai lugar onde o pedido seria oficializado, contudo descobre-se que o rapaz não era lá boa coisa e Ana consegue em tempo, sair de cena. De volta ao Rio, depois de período ela conhece um baiano de nome Arlindo com quem contraiu bodas.

Ana volta à casa do pai, para providenciar os preparativos para o casamento. João contratou uma senhora para ajudar. As pessoas da casa, digo, as mulheres da casa na época se apavoraram com a pessoa contratada por causa dos doces que essa preparava. Imaginem, naquela época, ser servido em casamento doce de abóbora! Mas foi assim os doces servidos no casamento de Ana, de frutos colhidos no quintal. Outro fato que aconteceu que pode parecer bobagem, mas é a forma que tenho para contar a como as coisas foram sendo introduzidas na vida dos Ferreira Gomes. Por conta do casamento entrou pela primeira vez na casa uma lata da fruta seca conhecida por ameixa que também seria usada nos doces a serem servidos. Suely, filha de Manoel vinda do Rio para o casamento chega para a tia de nome Eliza e pergunta se podia comer as tais frutinhas. Eliza permite. Suely, sob a permissão, não faz por menos come todas. Quando  perguntam pelas frutas só a lata foi encontrada.

O dia do casamento chega. Na capela de Santa Cruz sob as bênçãos de Dom Pedro Bandeira, Ana cassa-se com Arlindo Bispo dos Santos formando assim mais uma paleta no legue Família Ferreira Gomes, agora os Silva Santos. 

A foto ao lado mostra os noivos, mas não pensem vocês que foi tirada no dia, imagine se naquela época poderia se contratar fotógrafo para ir ao interior (Babosa) registrar festas, isso além de ser um luxo, fotógrafo com automóvel não existia. ônibus! além de não passar perto de deixar os passageiros longe do local só tinha uma vez no dia. Máquina fotográfica com flex, nem pensar. Bom num outro dia, os noivos se vestiram como no dia do casamento e fizeram o registro.

A vida de Ana não entrou nos eixos, Ana ainda não conhecerá a felicidade, não teve filhos, mas em sua vida surgiu o Alexsandro, para nós Alex, filho do coração. Ana passou a maior parte de sua vida sob a tristeza da frustração, porém submissa aquilo que acreditava buscou refúgio para seu desalento na religião, mas essa história fica para depois.

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