Nascido no dia 29 de julho de 1934 Olavo Ferreira foi o
último nascido de João Ferreira e Antônia Rosa de Jesus. Ainda pequeno Olavo
foi vitima de uma febre que lhe afastou dos livros. Aluno de Dona Janoca, muito
sofreu. Suas dificuldades com as letras era, na época, atribuída a tudo menos a tal febre. Só mais
tarde é que se foi saber das consequências da febre tifo. Mas em contra partida
Olavo era ótimo com números.
Olavo foi criança tímida usava um chapéu e pouco levantava a
cabeça para olhar as pessoas. Na infância Eliza fora sua grande companheira era
ela que o esperava na escola. A ordem era chegarem juntos a casa. Nas noites
escuras, quando o pai, o velho João Ferreira pedia para que fossem a venda
(lugar onde se vendia de duto desde azeite até tecido) comprar fumo de rolo era
Eliza que o acompanhava. O local não era próximo da casa e o medo invadia os
dois que tiravam dos pés os tamancos e com eles nas mãos iam e voltavam
correndo. Aqui fica a pergunta. Será que eles ao chegarem tomavam banho,
lavavam pelo menos os pés ou iam direto para cama?
Olavo fora servir o exército no Rio como os irmãos, mas não
ficou por lá a exemplo de Thomé irmão mais velho voltou para a Babosa onde
trabalhou com o pai a princípio na compra de ovos, aqui muitas vezes fora enganado, lhe vendiam ovos estragados. Depois o trabalho passou a ser exclusivamente na lavoura.
Sempre se comportou como um verdadeiro cavalheiro. Das
namoradas nada contava diferente de Thomé que a galinhagem parecia troféu.
Olavo conheceu Maria Francisca Therezinha Barreto da
localidade de Marrecas filha de Valdir Inácio Barreto e Maria da Glória Manhães
Barreto. Irmã de: Manoel, Amaro, José, Maria Rosa Maria Conceição, Pedro e
Antônio todos Manhães Barreto. De estatura mediana, corpo esguio, cabelos longos
e negros, muito bonitos. Como a maioria dos homens da época Olavo adorava os
cabelos da namorada e sempre pedia para que não cortasse. Noivou e em 1967
casou-se. Tragédia!!! No penteado da noiva foi colocado um produto conhecido
por laquê, mas a quantidade foi tanta que nem água entrou. No desespero
Therezinha só encontrou uma solução que foi a tesoura. Desde essa data não há
lembranças dos cabelos terem voltado ao tamanho anterior. Ela os traz sempre
cortados. O casal foi morar numa casa adquirida pelo pai de Olavo para o casal.
Por ocasião do aniversário de 90 anos de João Ferreira Gomes
Therezinha encontrava-se grávida do primeiro filho uma menina a qual foi dado o
nome de Cristiane. Depois de Cristiane veio Cláudio e Cirlane. O Casal teve três filhos. A vida para os dois
não foi fácil. Therezinha ajudava no que podia. Fazia queijos, criava galinha e
vendia os ovos, ajudava na plantação e colheita de aboboras e outras
leguminosas que comercializavam e assim ajudava no sustento da casa. Os filhos
foram para a escola e hoje estão todos casados. O casal sempre viveu da
lavoura. Com o passar do tempo Olavo construiu uma casa na praia do Açu para a família em terreno dado pelo sogro. Lugar onde passam
o verão.
Tendo como exemplo João Ferreira, falhas corrigidas,
dividiram os bens em vida pelos três filhos.
Mais de 45 anos depois o casal vive no mesmo local. Pouca
coisa foi mudada. No lugarejo o acesso ainda é de terra, sem condução na porta,
mas com luz elétrica recentemente colocada. O telefone móvel diminuiu a
distância entre os irmãos, parentes e filhos.
Olavo continua o mesmo, homem simples e tímido, emotivo. Frequenta a
casa dos irmãos socialmente e a casa de Júlia e Appolonia quase que diariamente
dando com sua presença assistência. Recentemente Olavo surpreendeu a todos
quando apareceu na casa das irmãs pedindo o espaço para comemorar seu
aniversário o que aconteceu e mais uma
vez o velho pé de cajá tantas vezes aqui mencionado testemunhou um grande
encontro de família. Acredita-se que esta tenha sido a única vez que Olavo
tenha manifestado o desejo de comemorar, de fazer festa para si mesmo.
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